O impacto da separação dos pais no desenvolvimento dos filhos
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A família contemporânea se encontra em plena transformação. Já não se pensa como há anos atrás, onde se acreditava que o principal fator constituinte da personalidade é a relação da mãe com a criança, e que a função do pai é apenas de proteger, facilitar e prover condições para manter o conforto do lar.
Com a modernidade pudemos notar que as mulheres ganharam espaço no mercado profissional e os homens maior participação nos cuidados domésticos e com a criação dos filhos, dando ênfase no papel do desenvolvimento moral, escolar e emocional das crianças ou adolescentes.
O ideal é que ambos mesclem, cada vez mais, seus papéis, sendo igualmente responsáveis pelos cuidados, bem-estar e provisão das questões materiais de seus filhos, já que para a constituição da identidade saudável da criança é importante estabelecer vínculo entre pais e filhos, pois a criança precisa reconhecer-se nos pais e ser reconhecida por eles, construindo, a partir daí sua própria identidade.
A expectativa das crianças é que os genitores sejam capazes de dar apoio e acolhimento às suas questões emocionais, sociais, afetivas e cognitivas, quando isso não ocorre e é percebido o distanciamento de algum dos genitores, pode gerar um quadro de fragilidade e sofrimento.
Existem situações em que a separação é a melhor opção, algumas crianças chegam a se sentirem aliviadas por saírem de um ambiente desfavorável, de desamor, por vezes hostil e de brigas. Mesmo que inicialmente a família passe por um processo de frustração e adaptação, com o passar do tempo perceberão que são mais felizes do que convivendo juntos e com tantas discórdias.
Entre casais separados, porém, é comum que façam comentários desfavoráveis sobre o outro diante dos filhos, para manter uma educação saudável, os pais precisarão se esforçar para não contaminarem os filhos com suas opiniões negativas em relação ao ex companheiro. Pelo contrário o ideal é reconhecer e elogiar as qualidades e virtudes do outro, transmitindo maior segurança aos filhos, característica de que tanto precisam para se identificarem com seus pais e constituírem uma personalidade sadia.
Os pais precisam ser capazes de distinguir que a separação é apenas entre a esposa e o marido e não dos filhos ou familiares. É nocivo para todos, principalmente para a criança ser privada do contato com seu pai/mãe e ou com os familiares de seu ex, principalmente avós, tios e parentes que existe maior vínculo.
Assim sendo, torna-se imprescindível a existência de cordialidade e flexibilidade entre os familiares de ambas as famílias em busca do equilíbrio e igualdade nas responsabilidades do desenvolvimento dos filhos, com os iguais deveres e direitos, inclusive em relação à divisão de tempo que a criança passará com cada um deles, pois os filhos têm o direito de conviver com ambos os pais, e isto não pode ser retirado da criança, para que não sejam causados traumas, sofrimentos e angústia pela espera e pela incerteza da companhia daquele que é o responsável por sua existência. É importante que mesmo separados, os pais permaneçam unidos na educação e no bem estar dos filhos.
O alerta principal é para não se descuidar quando discutem, as brigas entre os genitores não devem ser expostas, independente do conteúdo, frequência e intensidade, assim como, não seja questionada com quem prefere permanecer, a sensação de perda poderá ser ainda maior achando que se escolher abdicará do contato com o outro e ainda perderá seu o amor.
Os pais separados, quando bem orientados, poderão escolher o momento e a forma mais adequada para transmitir as decisões em relação à educação da criança, para que ela participe e se sinta integrada. Vale lembrar que é preciso utilizar um filtro durante a conversa, proporcionando condições de compreensão, conforme a faixa etária dos filhos.
A idéia principal é aumentar e melhorar a qualidade da relação com os filhos, criando oportunidade para programas e intimidade nunca antes vivenciados.
Para: Revista Alvo Leste e Revista Rota do Agito