Surdocegueira e a comunicação

Quem lê este artigo talvez não saiba que existem pessoas que não têm a mesma possibilidade de enxergar e que convivem diariamente com a ausência de cores e luzes; ainda temos pessoas que além de não ver, também não conseguem ouvir ou identificar os sons; e esses fatores podem isolá-las do convívio social.

É nomeado surdocegueira a incapacidade total ou parcial da audição e da visão, que pode ser classificada em diversos graus, ou seja, a pessoa surdocega pode ver ou ouvir em pequenos níveis, dependendo do caso, e não há necessariamente uma perda total dos dois sentidos.

Embora a surdocegueira possua duas deficiências associadas (a surdez e a cegueira) não se trata da somatória de ambas, é uma deficiência única que apresenta características peculiares, levando quem a possui a ter formas específicas de comunicação.

A comunicação é uma das principais barreiras encontradas pela pessoa que é surdocega. Por esse motivo, o ensino de métodos de comunicação eficazes deve ser priorizado. Vale destacar que o tato desempenha um papel crucial na comunicação, constituindo a via promissora no estabelecimento das interações com o ambiente.

As possibilidades de comunicação mais utilizadas atualmente são: movimentos corporais, expressão facial, desenhos, símbolos, objetos de uso cotidiano, alfabeto manual tátil (desenho de cada letra na palma da mão), língua de sinais tátil (conversação por sinais por meio do toque das mãos), tadoma (compreensão das palavras pela percepção da vibração da voz por meio de toque próximo dos lábios ou das cordas vocais) e sistema braille.

Podemos prever os impedimentos gerados na convivência com as diversidades advindas da deficiência quando não se tem apoio e/ou respaldo adequado.

Para isso, faz-se necessário capacitar profissionais de diferentes áreas, em especial pedagogos, psicólogos, médicos e intérpretes, que poderão facilitar a integração da pessoa surdocega com a sociedade e, principalmente, com seus familiares, que também necessitam de apoio, orientação e esclarecimento.

Algumas instituições propiciam oportunidades para reverter o processo de exclusão social por meio da divulgação de novos métodos e técnicas educacionais, assim como a realização de simpósios, palestras e encontros de pessoas com surdocegueira, possibilitando o conhecimento da deficiência e dos avanços na tecnologia assistiva para uma vida mais independente, podendo assim reforçar as potencialidades do indivíduo.

Para: Revista Ciranda da Inclusão